Atividades correlatas – EAE

LITERATURA E ARTE NO PENSAMENTO ITALIANO CONTEMPORÂNEO

Escola de Altos Estudos – CAPES (88881.198177/2018-01)

                                            Apresentação | Equipe            Convidados | Programas

 

21/03/19 –  USP

Palestra  Italian theory e o retorno da filologia (vivente)  – Prof. Roberto Vecchi (Univ. di Bologna)

Mediação Prof. Maurício Santana Dias

Local: sala 261 Prédio de Letras

 

 

23/04/19 –  UFSC

Jornada Literatura arte e pensamento italiano: relações  com o fora

Sala Machado de Assis – CCE

 

14h- Apresentação do Projeto Escola de Altos Estudos – CAPES

         

15h – Mesa- redonda: Outras margens e atravessamentos

Resumo: Na tela apresentada no MASC por Fernando Lindote, em razão do 6º Prêmio CNI SESI SENAI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas 2017-2018, intitulada DO QUE É IMPOSSÍVEL CONTER, DEPOISANTES (óleo sobre tela, 2018, 200 x 300 cm), há uma questão temporal que permite estabelecer uma relação com a noção de contemporâneo em Giorgio Agamben que pode ser assim formulada: do que falamos qdo dizemos arte contemporânea?

Resumo: Há muito já dito do que de Giorgio Agamben  remete a Michel Foucault. Sobretudo entre os especialistas do filósofo italiano , busca-se nos conceitos, tais  como dispositivo, subjetivação, dessubjetivação, entre outros, as marcas  advindas do filósofo francês. Não quero aqui  reinventar  esta ciranda. Nem tampouco  entrar nela. Pensando um tanto de fora, quero modestamente  considerar   um vínculo , a meu ver,  marginal, para discorrer  acerca do que no pensamento de Giorgio Agamben espelha  ou refrata o de Michel Foucault. Contendando-me  em  permanecer à margem  desta brincadeira de roda pensante,  apego-me a Emile Benveniste, com a  alegria de quem encontra   sua menina  dos olhos brilhando no trânsito que leva  de Agamben a Foucault . Meu ponto de partida  é considerar  que  foi Giorgio Agamben o primeiro a  vislumbrar o parentesco entre o que diz  o linguista francês Emile Benveniste sobre o sujeito que só se faz na e pela linguagem. Pretendo que o resultado desta breve preleção  seja o de mostrar  como Agamben elucida o que em Foucault apenas  aprece como alusão,  ou seja,  a dizer, do que resta do sujeito  como ato na exterioridade  da linguagem e do discurso.

        

16h -Encerramento

Resumo: A falta de mediação de um Estado unitário produz, na tradição italiana, a figura de pensadores e artistas em tensão com o poder político local, de Dante e Maquiavel ou Galiléu e Campanella, até Gramsci e Gentile ou mesmo Pasolini. O pensamento italiano não é um pensamento do poder mas da resistência, o que supõe uma certa desterritorialização (Agamben, um filosofo francês que escreve em italiano?). Além das dicotomias já analisadas por Roberto Esposito, comune / immune, conflitto / neutralizazzione, potenza / potere,  minha especulação tomará como objeto a reflexão de Luciano Anceschi (1911-1995), de profunda marca em Nanni Balestrini, Edoardo Sanguineti ou Giorgio Manganelli, através de sua revista, Il Verri. A partir de Anceschi, tentarei mostrar a marca em um filósofo e um escritor. O filósofo é Enzo Melandri, responsável por uma deconstrução da metafísica e do cristianismo, não muito distante aliás do esforço teórico de Jacques Derrida ou Jean-Luc Nancy, em que a relação entre o homem e o mundo, a tal prosa do mundo perseguida por Foucault, permanece indecidível, não-unívoca e só se manifesta através dos gêneros literários, que dela dão testemunho mas traçam, simultâneamente, o limite de uma tal experiência. O escritor é J. R. Wilcock, quem, em textos esparsos dos anos 50, pensa o centro (Paris) a partir das margens (a Roma seiscentista) produzindo uma elipse barroca, em que “l´Europa, che colonizzava le Indie, era a sua volta colonizzata da loro…”, ou seja, produzindo o curioso conúbio de Le nozze di Hitler e Maria Antonieta nell’inferno.

 

 

 

3 -7 /06/19 – UFSC

XIII Semana Acadêmica de Letras UFSC – “As Humanidades em tempos neoliberais” – Simpósio: LITERATURA E ARTE NO PENSAMENTO ITALIANO CONTEMPORÂNEO

Inscrição para call for papers de 25 de fevereiro a 31 de março: www.semanadeletras.cce.ufsc.br

Simpósios Temáticos

– PARTE 1 – Coord. Patricia Peterle (UFSC); Lucia Wataghin (USP)

– PARTE 2 – Coord. Andrea Santurbano (UFSC); Maria Aparecida Barbosa (UFSC) 

Resumo da Proposta: Em tempos neoliberais, com a esfera pública a assumir e impor como paradigmas conceitos ambíguos como “realidade” e “verdade”, as humanidades deveriam ter um papel fundamental no pensamento crítico. A expressão Italian Theory,usada em espaço anglo-saxão, embora possa ser passível de críticas e contradições, aponta, justamente, para uma preocupação e especificidade do pensamento italiano concernente ao tema da linguagem. Pensar a linguagem, de fato, é entrar no âmago da experiência humana, é penetrar num espaço misterioso e, ao mesmo tempo, necessário e fugaz, indecidível. É estar perenemente num terreno pantanoso, escorregadio, em que a sobrevivência não é garantida, justamente pelo fato de a própria experiência dae nalíngua ser uma exposição singular. Nesse sentido, poder-se-ia afirmar que a linguagem não é de modo algum um meio de comunicação neutro e objetivo. Nessa trama que vai se constituindo, abrindo e hibridizando, não é possível, contudo, deixar de pensar na esfera do político e também na do “discurso interior”, nas “gramáticas de conflito”, enfim, no fato de que a arte e a literatura não podem ser reduzíveis unicamente à dimensão linguística. Andrea Cortellessa, por exemplo, ressalta o momento poético do pensamento que caracteriza a filosofia contemporânea: “o lugar da poesia é […] definido por uma desconexão constitutiva entre a inteligência e a língua, na qual, enquanto a língua (‘quase por si mesma iniciada’) fala sem poder entender, a inteligência entende sem poder falar”. A literatura é carregada, portanto, de marcas, indícios, rastros que falam sobre o homem, sobre sua relação com o fora, tecendo uma complexa e imbricada trama cultural em constante diálogo com o espaço das diferenças. A partir desses pressupostos, o simpósio se propõe a debater sobre literatura, arte e pensamento como aberturas, territórios porosos e ruinosos e, sobretudo, como um laboratório de experiências com – na – da linguagem.

Abstract: In tempi neoliberali, in cui la sfera pubblica assume e impone come paradigmi concetti ambigui come “realtà” e “verità”, le scienze umane dovrebbero avere un ruolo fondamentale nel pensiero critico. L’espressione Italian Theory, usata in contesto anglossassone, nonostante sia passibile di critiche e contraddizioni, mette appunto in risalto una preoccupazione, nonché la specificità del pensiero italiano nei riguardi del tema del linguaggio. Pensare al linguaggio significa infatti penetrare nel solco dell’esperienza umana, cioè in uno spazio misterioso e al contempo necessario e fugace, per certi versi indecidibile. Significa quindi trovarsi in un terreno pantanoso, sdrucciolevole, in cui la sopravvivenza non è garantita, proprio per il fatto che l’esperienza della e nella lingua è una esposizione singolare. In tal senso, si potrebbe affermare che il linguaggio non è in alcun modo un mezzo di comunicazione neutro e obiettivo. In questa fitta trama che viene pian piano a costituirsi, aprendosi ed ibridizzandosi, non è però possibile non pensare alla sfera del politico e perfino a quella del “discorso interiore”, alle “grammatiche del conflitto”; insomma, al fatto che l’arte e la letteratura non possono essere semplicemente riducibili alla dimensione linguistico-comunicativa. Andrea Cortellessa, per esempio, risalta il momento poetico del pensiero che caratterizza la filosofia contemporanea, così espresso da Agamben: «il luogo della poesia è qui definito in una sconnessione constitutiva fra l’intelligenza e la língua, in cui mentre la lingua («quasi da se stessa mossa») parla senza poter intendere, l’intelligenza intende senza poter parlare”. La letteratura è carica, pertanto, di segni, indizi, orme che parlano dell’uomo, del suo rapportarsi con il fuori, tessendo un complesso e imbricato ordito culturale in costante dialogo con lo spazio delle differenze. A partire da questi presupposti il Simposio si propone di dibattere sulla letteratura, sull’arte e sul pensiero come aperture, territori porosi e rovinosi e, soprattutto, come un laboratorio di esperienze con e nel linguaggio.

Verranno accettate proposte in italiano, portoghese e inglese.

Per qualsiasi dubbio è possibile contattare i coordinatori:

Andrea Santurbano (UFSC) – andreasanturbano@gmail.com

Patricia Peterle (UFSC) – patriciapeterle@gmail.com

 

 

22-25/10/19 –  UFMG

Congresso Associção Brasileira de Professores de Italiano – ABPI

 

Literatura e arte no pensamento italiano contemporâneo
Nome dos coordenadores:
Patricia Peterle (UFSC/CNPq) – patriciapeterle@gmail.com
Aline Fogaça (UFRGS) – alinefogacareis@gmail.com
Égide Guareschi (UFTPR) – egideguareschi@gmail.com
Elena Santi (UFSC) – es.elenasanti@gmail.com

As propostas para comunicaçao devem ser enviadas para as organizadoras

 Propostas enviadas até 20/05/2019 receberão a resposta sobre o aceite do trabalho até 27/05/2019. 

_Propostas enviadas até 02/06/2019 receberão a resposta sobre o aceite do trabalho até 09/06/2019. 

Resumo:

O Simpósio Literatura e arte do pensamento italiano contemporâneo tem como objetivo propor uma
discussão transdisciplinar das relações entre literatura, arte, antropologia, filosofiae sociologia. A literatura é
carregada de marcas, indícios, rastros que falam sobre o homem, sobre sua relação com o fora, tecendo
uma complexa e imbricada trama cultural em constante diálogo com o espaço das diferenças. A partir
desses pressupostos, pretende-se debater sobre as conexões e relações entre literatura, arte e pensamento
como aberturas, territórios porosos e ruinosos e, sobretudo, como um laboratório de experiências com – na
– da linguagem. Pensar a linguagem, de fato, é entrar no âmago da experiência humana, é penetrar num
espaço misterioso e, ao mesmo tempo, necessário e fugaz, indecidível, como aponta Giorgio Agamben em
O fogo e o relato. A anacronia é um instrumento decisivo, nesse sentido, para a leitura de um evento, da
mesma forma que a reflexão sobre a contemporaneidade do não-contemporâneo não deixa de ser um dos
traços marcantes do pensamento italiano; ou seja, o de colocar-se, exatamente, numa convergência de
tensões entre sincronia e diacronia. A relação com a origem pode-se dizer que é um de seus núcleos
originários, e é por isso que os autores que inscrevem a tradição cultural italiana a partir de Dante não
escapam, por exemplo, a uma reflexão sobre a língua ou sobre a mais conhecida “questione della lingua”. É
nesse sentido que Roberto Esposito, em Da Fuori, afirma que o pensamento italiano, como sua própria
língua, elabora uma multiplicidade de soluções e de linhas de fuga, que nasce da convivência do italiano
clássico com outras línguas, desde o latim até os dialetos e as línguas locais. O pensamento pode ser visto,
assim, como uma operação com a linguagem, que desativa a própria linguagem e deixa inoperantes as
funções comunicativas e/ou informativas, possibilitando assim um novo uso. É esse traço híbrido,
heterogêneo, experimental e, até, espectral que caracteriza não somente algumas obras artísticas, mas o
próprio “movimento” do pensamento. De Dante Alighieri a Ludovido Ariosto, Giorgio Manganelli, Franco
Fortini, Gianni Celati, Elsa Morante, Vittorio Sereni, Eugenio Montale, Giorgio Caproni, Giovanni Raboni,
Pier Paolo Pasolini, Aldo Palazzeschi, Antonella Anedda, Patrizia Cavalli, Enrico Testa, Maria Grazie
Calandrone, Mariangela Gualtieri, Alda Merini, Laura Pugno e de Machiavelli, Vico, Giordano Bruno a
Giorgio Agamben, Franco Rella, Roberto Esposito, Massimo Cacciari, Dario Gentili, Enrica Lisciani-Petrini,
Andrea Cortellessa, a produção italiana vem expondo e colocando essa problemática. A proposta deste
Simpósio está relacionada ao projeto homônimo da Escola de Altos Estudos da CAPES, realizado pela
UFSC e pela USP.