Encontro de Pesquisas do NECLIT (Julho 2020)

No meio da pandemia com as atividades presenciais na UFSC suspensas, o NECLIT organizou um encontro dedicato às pesquisas em andamento de alunos de iniciaçao cientifica (PIBIC/CNPq),mestrandos e doutorandos.

Sexta, 03/07/2020, 18:00 – Plataforma Google Meet
Poéticas do realismo

Leonardo Rossi Bianconi (Doutorando UFSC-PPGlit) – Acender o estopim: o crime como deflagrador literário
Nos romances Asce di Guerra (2000) e Rosso nella notte bianca (2016) é o crime que, cometido
no período de paz e aparentemente banal, funciona como o dispositivo que desencadeia a
discussão sobre os problemas do imediato pós-guerra na Itália. Esta breve comunicação visa
discutir como esses crimes nos são apresentados, seus pontos de convergência e divergência para
podermos pensar os processos de pacificação da guerra civil italiana.

Helena Bressan (Mestranda UFSC-PPGlit) – Pensando as relações humanas a partir do literário primoleviano
Estando no período de escrita da dissertação, algumas ideias me vieram em mente, principalmente pelo fato de estar escrevendo e trabalhando diferentes elementos, quase que ao mesmo tempo. Decidi, então, propor uma pequena fala sobre como se dão as relações humanas, pensando no meu objeto de pesquisa, É isto um homem? (1947) de Primo Levi, refletindo assimsobre a importância do literário para pensarmos essas relações, e as formas de vida que se fizeram
e se fazem existentes.

Rafael Reginato (Doutorando UFSC-PPGlit)- O Grotesco do Antigo ao Neorrealismo
A presente abordagem pretende discorrer sobre o percurso da estética artística “grotesca” desde
Roma (nas escavações ou “grotta” do Domus Aurea), passando pela arte decorativa renascentista
na Itália, especialmente a atribuída a Rafaello, e pela revalorização do “grotesco” durante o
romantismo francês do século XIX, até culminar com uma possibilidade de presença nos novos
realismos do século XX.

Sexta, 10/07/2020, 18:00 – Plataforma Google Meet
Do outro lado da palavra: silêncio, ausência, desaparecimento

Tatiara Aline Pinto (Doutoranda UFSC-PPGlit)A economia da poética feminina contemporânea
– Como a voz do feminino, enquanto uma voz da sombra – “vivida quase sempre no seu limite, a
ausência, o invisível e o ilegível”se mantém diante de indiferenças e silenciamentos no
contemporâneo? O que lhe atravessa na esteira do presente ao dar voz à versos como: “pensare
l’orrore in questo cortile/ in questa città europea”e a voz ‘do feto ossificado que um dia irá
brotar’?

Lucas de Sousa Serafim (Doutor UFSC-PPGlit)O silêncio e a palavra muda
A conversa pretende ampliar a percepção do silêncio enquanto chave de leitura. Será possível refletir sobre o silêncio, a escuta e os corpos envolvidos nesse processo. O silêncio pode expor a potência da palavra, tanto emudecendo percursos de significação dados de antemão, quanto mudando as trilhas de sentido. Assim, será possível desdobrar alguns comentários partindo da figura da Sereia (obras de René Magritte e Orides Fontela). Pelo menos dois conceitos teóricos podem se harmonizar nesta conversa: paisagem sonora (Raymond Murray Schafer) e escuta (Jean-Luc Nancy).

Marika Avezzù (Mestranda UFSC-PPGlit)O desaparecer na literatura
– Nesta apresentação será tratado o tema do desaparecimento dentro da literatura. Considerando
o texto de David Le Breton Desaparecer de si (2018), procurar-se-á entender como o assunto do
desparecimento cria implicações psicológicas (por quem desaparece e quem o rodeia), mas
também policiais. Além disso, será abordado, também, como o desaparecimento dentro da
literatura pode tornar o leitor um investigador que está à procura dos indícios que coletarão a
história de um desaparecimento.

Sexta, 17/07/2020, 18:00 – Plataforma WebConf |RNP
Ao redor do texto: paratexto, editoria, tradução

Fabiana Assini (Doutoranda UFSC-PPGlit) – Uma análise de “I Gettoni”
Os três volumes que compõem a obra La storia dei “Gettoni” di Elio Vittorini reúnem as cartas
trocadas entre os escritores (que publicaram na coleção) e a editora Einaudi, especialmente por
meio de Elio Vittorini, diretor da coleção, e Italo Calvino. A obra, esse grande arquivo, traz em seu
interior uma série de outros arquivos que se abrem à medida que algumas relações e processos
editoriais são descritos. Como a pesquisa ainda está em seu estágio inicial, gostaria de refletir
sobre os caminhos que essa leitura (ainda em andamento) leva e algumas considerações iniciais
acerca da importância da coleção de Vittorini no século XX.

Marlene Brandolt (P.Doutoranda UFSC-PPGlit) O epitexto no centro da pandemia
Na apresentação virtual, tratarei dos efeitos do lugar do epitexto em circunstâncias verbais ou
gráficas encontradas em mídias atuais especializadas em literatura. Para tanto, utilizarei o livro de
autoria de Gérard Genette, Paratextos editoriais, traduzido e publicado no Brasil em 2009 para
falar sobre a circulação das escritoras Elena Ferrante e Donatella Di Pietrantonio no mercado
editorial brasileiro no contexto de pandemia.

Leila Cursi (Mestranda USP) – Recepção do Purgatório Dantesco no Brasil através das traduções de Cristiano Martins, Xavier Pinheiro e Italo Eugenio Mauro

Nesse primeiro momento, gostaria de discutir a importância das rimas e metrificação do poema original e como isso é trabalhado dentro das traduções separadas para análise, levando em consideração a época de cada tradução, o momento social e linguístico e escolhas pessoais de cada um dos tradutores.

Francisco Degani (P.Doutorando UFSC-PPGlit) Ugo Foscolo visto por Ippolito Nievo

No capítulo XI, das Confissões d’um italiano, talvez a principal obra de Ippolito Nievo, escrita em
1859, em que o autor refaz as memórias de um homem de 80 anos entremeadas com os fatos
históricos que levaram à unificação da Itália, há uma passagem em que aparece Ugo Foscolo, aos
dezenove anos, numa reunião de rebeldes venezianos. O intuito dessa comunicação é ler essa
passagem, já em tradução, para verificar como Nievo retrata o então jovem Foscolo, às vésperas
da marcha de Napoleão sobre Veneza e a dissolução da Sereníssima.

Sexta, 24/07/2020, 18:00 – Plataforma WebConf RNP
Autobiografias, ficções, vivências

Agnes Ghisi (Mestranda UFSC-PPGlit)-Da vivência à experiência: a escrita de Alda Merini
A escrita de Alda Merini é marcada por eventos de sua vida, nesse sentido, escrita e biografia se
entrelaçam. Nesta pesquisa, um dos pontos estudados é, a partir da concepção benjaminiana de
vivência e experiência, esse entrelaçamento. Essa leitura se dá, principalmente, a partir dos
poemas de La Terra Santa (1984)

Mariele Lucia Tortelli (Letras Italiano – UFSC-PIBIC/CNPq) – Repensando biografia, história e memória no literário-1
Recuperando temáticas trabalhadas no projeto “Literatura e pensamento italianos
contemporâneos”, objetivo do encontro é analisar e comentar como os planos da realidade, da
ficção, da memória (histórica ou literária) e da palavra são recuperados na narrativa de Michele
Mari, a partir da obra Verderame. Nos valemos, entre outras, das reflexões de Giorgio Agamben sobre a precariedade do relato e de Jacques Rancière a respeito da necessidade de ficcionalizar o real.

Victor Gonçalves (Letras Italiano – UFSC-PIBIC/CNPq) – Repensando biografia, história e memória no literário- 2
Recuperando temáticas trabalhadas no projeto “Literatura e pensamento italianos contemporâneos”, objetivo do encontro é analisar e comentar como os planos da realidade, da ficção, da memória (histórica ou literária) e da palavra são recuperados na narrativa de Michele Mari a partir do conto Oito escritores. Lanço mão, entre outras, das reflexões de Giorgio Agamben sobre a precariedade do relato e de Jacques Rancière a respeito da necessidade de ficcionalizar o real.

O encontro dess dia foi transmitido ao vivo pelo YouTube

Sexta, 31/07/2020, 18:00
Poesia e pensamento

Luiza Faccio (Doutoranda UFSC-PPGlit) O tema da velhice nos últimos livros de Enrico Testa
Como olhar para a questão do tempo nos últimos livros de Enrico Testa a partir da perspectiva do
envelhecimento (aproximação à morte, relação pai e filho, rituais passados entre gerações). De
que forma a velhice vem apresentado em seus poemas e como este é um tema que liga o poeta a
outros autores também citados em seus livros.

Rafaela Cechinel (Letras Italiano – UFSC-PIBIC/CNPq) – Giorgio Caproni lê Pier Paolo Pasolini
Durante seus anos como colaborador de diversos jornais e revistas italianos, Caproni escreveu
uma série de ensaios e textos críticos sobre poesia e tradução. Alguns desses textos foram
dedicados às obras de seu amigo e poeta, Pasolini. Caproni expõe uma visão da poesia de Pasolini,
que é um reflexo de suas próprias concepções do poético. Esta comunicação se propõe a abordar
dois desses textos, focados na fase dialetal de Pasolini e escritos ainda no ínicio da carreira poética e crítica de Caproni. Buscaremos refletir sobre qual esse ideal de poesia trazido por Caproni e como ele se manifesta, também, nas obras de outros poetas.

Iago Monteiro (Letras Italiano – UFSC-PIBIC/CNPq)-  Breves considerações sobre a escrita caproniana
O objetivo é trazer algumas das reflexões trazidas pelo poeta Giorgio Caproni, com o foco no seu trabalho como ensaísta e na sua produção filosófica. São textos que transitam entre várias camadas de pensamento; Caproni esgarça em seus escritos alguns temas como modos de produção e meios de comunicação, linguagem e demais paradoxos.